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sábado, 27 de novembro de 2010

Fantasmagorias I

hoje a ricrecord transmitiu um programa com algumas inserções direto daqui, de navegantes no jornal do meio dia. seria uma maneira de divulgar a cidade de navegantes? sim, podemos pensar em primeiro impulso, pois sabemos que a tv existe em centenas de lares e muitas famílias almoçam diante de um aparelho de tv.
podemos pensar da emsma maneira, que a produção do programa precisa variar e diversificar a pauta e o foco  pois sua pauta lotada com notícias de itajaí, não interessaria muitos moradores desta cidade da mergem esquerda. muito bem está montada a pauta, é só atravessar o ferry boat com uns cabos, uma jornalista e mais nada. está montado o programa.
o que podemos pensar ainda sobre este movimento? que tipo de interesse e movimentação há neste ourtro lance da sociedade do espetáculo senão armar mais uma fantasmagoria mudando o lado do rio?
gostaria de saber se o departamento de jornalismo entrou em contato com as secretarias, fundações ou entidades, associações de moradores, enfim, o terceiro setor. Procuraram artistas ou esperaram que as pessoas se oferecessem para mostrar o trabalho? acredito que toda manifestação artística é válida e importante.
acontece que, ao menos uma tenda daquelas utilizadas em festas medindo 5X5 metros ,pderia ser instalada para não deixar a repórter, as crianças que iriam dançar e cantar sob sol do meio dia ( nome de um filme de Eliane Caffé). as pequenas bailarinas muito bem vestidas cabiam dentro da sombra de suas saias, giravam sob o sol e sobre o asfalto. 
o que fica claro é que as pessoas, nós que praticamos arte quermos que seja visto.
os artistas de navegantes precisam se organizar para apresentar sua arte em qualquer lugar mesmo que seja ao sol do meio dia, mas nunca se há uma rede de tv faturando com isso sem dar o mínimo de infra estrutura. se estes artistas se moverem para apresentar seu trabalho para as pessoas de sua cidade, o efeito da arte acontecerá da mesma maneira. a tv não acrescenta arte a nada. por isso não fui até praça para falra da lei de incentifo a cultura. porque talvez quem tenha que ouvir não estivesse ligado à tv.
precisamos conversar uns com os outros divulgando os trabalhos, estudando a respeito do que se faz, por que o artista deve conhecer um pouco do universo em que ele transita e isso é uma construção que exige dedicação, não televisão. vá a televisão , é importante divulagar o trabalho, já fiz isso mas é preciso o mínimo de receptividade e de interesse em receber bem qualquer convidado, deixar os artistas sob o sol  é hostilidade. não é à toa que na etimologia da palavra hospitalidade está a palavra hostilidade. é como se dissessem "hospedamos sua arte em nosso médium, mas seremos hostis e lhe deixaremos sob o sol".
defender a obra de arte. o poeta francês paul valéry questionando-se sobre o que afinal são obras de arte, escreveu que são "objetos no sentido material da expressão ou seuquências de ações como acontece no drama, na dança ou conjunto de impressões sucessivas que também são produzidas por ações, como na música". paul valéry está dizendo que a arte é o resultado do trabalho , que o valor da arte está no objeto de arte, não estará em qualquer explicação que o artista possa dar. valéry diz que a prórpia obra é o médium, o meio, a mídia e que não é necessário nenhum intermediário entre produtor e consumidor. nenhuma propaganda atribuirá mais valor a uma obra de arte.

(a citação foi recortada de Estética do Laboratório, do argentino Reinaldo Laddaga. Adriana Hidalgo editora, 2010)

Francis Picabia- Capa da Revista 291 -1915


 

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