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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Poema de Rafael Duarte

Faz um tempão que não vejo o Rafael, amigo véio que encontrei no período em que  Patrícia e eu moramos em Palhoça estudando e dando aulas. Tínahmos um sebo também, o Arcano 17. Rafael cursava letras na mesma universidade que eu. Nos encontramos quando eu era monitor de literaura e nos encontrávamos para ler duas vezes por semana. Rafael ainda, até onde sei não publicou nenhum poema, mas deveria pois possui a chama da poesia. Está morando em Belo Horizonte entre uma faculdade de filosofia em Ouro Preto e um curso de letras na capital. Meoráveis reuniões fazíamos em Palhoça, Patrícia, Éverton, Fernando, Rafael e Gustavo. Tempo de alta produção. Publico aqui um poema deste amigo de longe.
Rafael acredito, encontrou sua voz  poética. isso para muitos poetas demora anos de trabalho, de escrita e reescrita de poemas. os poemas que conheço, trazem um sibilar, uma prosódia mineira entrecortada pelo tempo aquele de erguer a cabeça e experimentar o som do verso lido antes, o tempo da reverberação mínima que o poema causa ao mínimo ruído das letras.

***

eu diria da falta que pesa todos os dedos das mãos
e
se eu conseguisse livros além da sensibilidade que tenho
ocuparia as mãos
do peso que traz uma pequena felicidade:
a linguagem. ou. a nova possibilidade de linguagem. ou. um sopro.
também penso nos livros como casa. e nas casas como pessoas.
as mãos seriam portas.
e
através do primeiro contato 
leríamos com certa intensidade
inclinada a ser a linguagem dos dias.
é
como se apaixonar.
ou
se arriscar a fugir as 5 da manhã.
quando as tentativas são pequenas é bom que invente algo grande.
o tempo arrasta. é verdade.
mas o prazer e as possibilidades aumentam.
seria um risco não me entregar ao amor.
ou
seria como ter insônia.
outra tentativa é recriar o mundo pelas leituras que existem.
algo que o mundo todo faz. mas é inviável.
existem mais leituras que mundo.
desisti faz 2 meses e meio.
                  ...
queria escutar agora uma pergunta:
o que não tem em você?
e
tomado de certa excitação juvenil
e de um cheiro que não sai de mim
não responderia.
silenciosamente passariam os dias
e aquela invenção que fiz da linguagem seria só: uma idéia.
é como a sutileza no momento errado.
ou
um suspiro depois de um longo silêncio.
ou.
um sopro.
rafael

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