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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Notas sobre Educação

ontem a rede globo exibiu um programa sobre os problemas enfrentados pelos professores em escolas de santa catrarina, são paulo e rio de janeiro. o detonador da história foi a agressão sofrida pela diretora da escola de educação básica gov. celso ramos, atacada com ovos e pedras. não estamos no irã, mas a professora foi apedrejada. o programa da globo mostrou professores acuados, traumatizados e cansados.
me chamou a atençao a declaração de um aluno da eeb. gov. celso ramos, ao responder para o reporter o motivo de sua inquietação e da 'bagunça'  nas aulas. disse o joven " não sei o que acontece dá um negócio em mim e não consigo ficar parado". dá um negócio, diz ele.
a reportagem, e para quem conhece salas de aula e algumas situações das escolas sabe disso, mostrou escolas sem condição de trabalho. ventiladores quebrados, televisores sem funcionamento, professores desmotivados. há situações em que após dias de chuva, escolas ficam em situação de risco e tem que ser interditadas. há um grande descaso. se o estado não se preocupa com os alunos não como desejar que estes devolvam outra moeda para o estado. o problema é que no front estão os professores. no caso do colégio dom jaime em palhoça, há um interesse obnublado (como diria o critico literário araripe jr.) que é o de transformar a área do colégio em loteamento. a situação é complicada pois o espaço tem fundamental funçaão dentro da comunidade onde o idh é insatisfatório. não adianta cria o instituto do crack, tem que peagr esta grana e investir na educação, fazer como os orientais.
uma das professoras declarou que certos colegas não conhecem a comunidade em que trabalham e se tem medo, se ignoram a situação dos alunos, estes professores automaticamente se colocam em uma situação de marginais à propria comunidade onde trabalham e os alunos os tratam como marginais, ou seja, os professores tornam-se banidos do grupo para o qual são pagos para ensinar. o estado precisa rever a carga horária e salários dos professores, precisa aparelhar melhor as escolas, sim. por outro lado os professores precisam encarar a educação como um trabalho sério e de constante pesquisa para não ficar preso ao livro didático, ao conteúdo obrigatório. li certa vez um frase de Michel de Montaigne que dizia que mais vale uma cabeça bem feita do que uma cabeça bem cheia, ou seja, o espaço da sala de aula deve ser um espaço de troca simbólica e não de autoridade. talvez seja um dos desfios de todo o professor, trapacear como disse o escritor e professor francês roland barthes em sua aula inaugural no colégio de france
(1977), trapacear a linguagem pois esta é sempre um dispositivo de poder. para aprender esta trapaça, deve-se manter contato com a literatura, deve-se entender que a leitura, assim como uma aula ,deve ser um convite ao jogo, um convite para subverter o status de poder de todo discurso, pois para todo discurso é necessário primeiro sujeitar-se à linguagem, precisamos ser sujeitos do enunciado. se os jovens sentem a necessidade de subversão, de revolucionar algo, o professor deve encantá-los, e mostrar que o espaço para alguma revolução é a sala de aula, onde não é necessário o capital pecuniário, onde o capital é o simbólico, mas para isso deve sentir paixão (pathos). o que muitas vezes encontram os alunos, são professores apáticos (a-pathos) sem paixão. apesar do toda a dificuldade e desvalorização por parte do estado, o professore deve manter o brio e ensinar, mostrar que vale à pena ler, aprender.
O astrólogo -Jan Vermeer

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